sexta-feira, 17 de março de 2017

p. 1 - 18 - Capa, Índice, Antropofágica Santos, Manguezal, Atlântica Desembocadura / Mulher Caiçara onde Estiver.


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Caiçara Catadora de Capa Artesanal.
Editor: Ricardo Rutigliano Roque
ricardorutiglianoroque@yahoo.com.br
WathsApp (13)98155-5544
Santos – São Paulo, Brasil
2017

Mulher Caiçara Onde Estiver – Ensaio, Conto, e poética – Prosa Fantástica, simples, Haicai, Trova e Verso Livre.

Autores: Ricardo Rutigliano Roque – Ensaio, Conto, Prosa Fantástica, Verso Livre e organização; Zezé Goldschmidt, Íris Geiger e Assma Gabriela – Prosa Fantástica; Marly Barduco – Haicai e Trova; Maria Aparecida Ferreira de Vasconcelos e Antonio Colavite Filho – Trova, e Marcelo Ignácio – Verso Livre. 

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Mulher Caiçara onde Estiver.



Ricardo Rutigliano Roque,
Zezé Goldschmidt, Assma Gabriela, Íris Geiger, Marly Barduco, 
Marcelo Ignácio, Maria Aparecida Ferreira de Vasconcelos, e Antonio Colavite Filho.



Caiçara Catadora de Capa Artesanal. 

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À Mulher Caiçara onde Estiver.

A mulher é a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande
e
a Arte é, como estopim da Cultura, o Forte do Crasto, 
em 
fogo cruzado no canal da barra contra corsários e piratas. 

O Museu Histórico do Guarujá e o Museu de Pesca -
contemporâneas presenças, em defesa do saber cultural,
à favor dos locais.

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Mulher Caiçara onde Estiver.


Índice:

Tomo I - Lírico.

À Mesa:
Minha Antropofágica Santos – Uma Poética Caiçara - Verso Livre: 11
Santos em Defesa de Uma Poética Caiçara - Conto: 13
A Força do Manguezal - Verso: 14
Atlântica Desembocadura, Rumo ao Barco Vizinho - 151 anos de Vicente de Carvalho - Verso Livre: 15
“O Homem Peixe”, de Zezé Goldschmidt - Prosa Fantástica: 18
Degustação:
Íris Geiger - Baleia, Marcelo Ignácio – Iemanjá, e Marly Barduco, Maria Aparecida Ferreira de Vasconcelos e Antonio Colavite Filho – Mar: 41
Prato de entrada, prosopopeico – Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande - Prosopopeia: 42
Céu – Assma Gabriela, Prosa Fantástica: 45

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Tomo II – Ensaio da Proposta.

Cardápio:
Cardápio: 49
Cardápio Digital - em Rede: 51
Cozinha
Sabores - Cozinhas Frequentadas: 51
Temperos: 52
Bar:
Enquete do garçom à Mulher Caiçara onde Estiver: 53
Mulher Caiçara onde Estiver – receita do cozinheiro, que propõe: 54
Dispensa:
Ingredientes básicos da Mulher Caiçara onde Estiver: 57
Copa:
Ação da Cozinha: 66
Ação no Quintal: 66
Caixa:
Custeio: 70
Bastidor
Ação: 71

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À Porta:
Ações Acontecidas: 73
Eventos predecessores: 73
Mambembe, Desnudo Mar Selvagem, ao jovem na escola: 75
Vitrine:
Certame literário aberto: 78
Ante-sala:
Leitura histórico literária: 79
Esboço – caminhada evolutiva, inspirado em demandas: 80
Balbuceio: 81
R.H.:
Equipe: 82
Entrevista:
Diálogo provocador: 82
Receitas:
Considerações - à dinâmica: 84
Considerações - ao conteúdo norteador: 85

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Corredores:
Bate-papo pragmático: 86
Sobremesa:
Cafezinho: 88
Aromas: 91
Areando:
Para refletir à luz, em oficina: 92
Os ingredientes: 92
Protagonismo: 92
Em filme: 93
Em música: 93
Os raios de luz: 93

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Mulher Caiçara onde Estiver 


Tomo I – Lírico.


À Mesa:
Minha Antropofágica Santos – Uma Poética Caiçara.
Santos em Defesa de Uma Poética Caiçara – conto.
A Força do Manguezal – versos.
Atlântica Desembocadura, Rumo ao Barco Vizinho.
Prato de entrada prosopopeico – Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande.
Degustação de Íris Geiger, Marcelo Ignácio e Marly Barduco, Maria Aparecida Ferreira de Vasconcelos e Antonio Colavite Filho.

Minha Antropofágica Santos - Uma Poética Caiçara – Verso Livre.

Vou tratar minha cidade -
como minha querida mulher, 
vou percorrer suas curvas,
até seus pés descalços -
como Peruíbe e Itanhaém.

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Sem fazer de conta que só tenha cabeça -
como Santos, 
onde cresçam cabelos -
como prédios,
desobstruir artéria -
como sua antiga via férrea,
que me leve ao seu coração -
como São Vicente.

Permita-me passar por seus seios -
como Mongaguá e Praia Grande,
faça-me perder em seus braços -
como Bertioga e Guarujá
e beijar sua boca voraz -
como Cubatão.

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Santos em Defesa de Uma Poética Caiçara - Conto.
   - Há pertinência em se tratar uma cidade como à uma mulher, querida? Então vamos percorrer suas curvas até seus pés descalços em Peruíbe e Itanhaém? ou vamos fazer de conta que ela só tenha cabeça - Santos, onde cresçam cabelos - prédios, sem necessidade de desobstruir artéria que nos leve ao seu coração - São Vicente, e nos permita passar por seus seios - Praia Grande e Mongaguá. 
   - Na pressão imobiliária em ausente metrô de superfície de Santos até Peruíbe - pelos trilhos da Sorocabana, isso não acontece "por falta de demanda" em horizontalizar tal metrópole para o sul, até Peruíbe? 
   - Vamos combinar também que o trem bala S.P. - Rio não aliviaria a poluição da queima de combustível fóssil usado por aviões da ponte aérea? 
   - "Vamos combinar que a menina é bonita" - comentário em rede de relacionamento social da internet, sobre foto de menina guarujaense - fora dos padrões de "beleza cultivados", além de outro: "- Que porr# é essa?!". 

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   - Discriminação é diagnóstico no livro de "Código Internacional de Doenças" - C.I.D. – 10, para o paciente acometido por ação discriminatória, todavia o discriminador fica "belo e formoso' - 'se auto pronunciando, esteticamente". 
   - Agora o comum é lindo? Que tal começarmos a colocar a mão na consciência em algum momento? 
   - O manguezal é um processador no bom sentido - organicamente; o poluidor é a cloaca que processa no mal sentido - inorganicamente, ao financiar o consumo de combustíveis fósseis - no transporte que administra. 
   Desrespeita-se a saúde ambiental, na esperança disto guarnecer políticas públicas, nas câmaras de vereadores destes municípios, em cujas sessões aguarda-se aprovação de leis autorizativas para tal troca - linha férrea abandonada por metrô de superfície.

A Força do Manguezal – Verso Livre.

Na mudança de postura

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troquei a moldura.
Pavimentei nosso jardim
desapareceu o jasmim.

Esse novo caminhar
faz-me repensar.

Na quebra do asfalto
mangue enfraquece o salto.

A culpa do muro
é nenhuma no escuro.

No aroma da flor alheia
ouvi apenas canto de sereia.

Atlântica Desembocadura, Rumo ao Barco Vizinho –151 anos de Vicente de Carvalho- Verso Livre.

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Fica em digna postura -
pra sua alma irreprimível
remar mais do que é seu barco.

Há ousadia da maré
endereçada aos ouvintes
dentre eles está você.

Pluvial água - percepção menino,
nesse fluxo está ao adentrar
no canal do estuário, longe perto -
manobra exótica como a sua,
veia para navegação do que há,
ao passar pelo deck dos sentidos.
Até umidece a aridez -
areia em próxima praia palmilha.

Disponíveis recortes mimos,
remados pelo seu barqueiro
insubmisso aos navegantes. 

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Dá leitura aos cem barcos nus,
pra presenciar oceano -
sentir entregue ao olhar.

Menina em salobra mistura há,
acalentado peixinho guarú,
esta evocação de limite – mar,
circunscrito nesse avizinhamento,
mas, em maré vazante vai até
se distanciar na conquista d’água
oceânica encoberta em brumas,
em vazantes e enchentes - você.

Percepção há de haver que
transcreva antologia imersa
na ausência de alguns sabores.

Já que você é homenagem,
em alquimia à transformar
versos naquela maresia. 

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Quebrasse inércia, Vicente de Carvalho -
de pé - fronte à dureza, jardim fomenta,
ladeado em aconchego de uns traços
benedictino-calixtos em suas águas,
mar - por ambos assistido, é atlântica
desembocadura – no céu, são lonjuras.

Mediante minha leitura,
que na rede eu sirvo a todos -
aos pressupostos mais nadantes.
Fechem essa minha janela
à nossa não cumplicidade
pra que a lua não a espie.

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p. 18 - 40 - O Homem Peixe, de Zezé Goldschmidt / Mulher Caiçara onde Estiver.

O Homem Peixe – Prosa Fantástica.

PARTE I

   Desde o pulo do viaduto, da morte no asfalto, perto do teatro

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onde eu apresentava mais uma peça anti horror nazi-facista, comecei a comer peixe em todas as refeições. De manhã comia peixe cru. Ainda salgado. Cortava em fatias, tomava cuidado com a espinha e engulia,acompanhado de água de coco. Só um pouco de sal marinho. Eu deveria ter percebido os sinais. Vivia junto. Sim, deve ter havido sinais.
   Logo após a cremação fuipara casa e recusei as companhias chorosas que se ofereceram. Entrei no quarto e fui para a cama. Creio que dormi umas dez horas seguidas. O tempo não me importava. Sabia que não mais haveria a hora do jantar, conversas sobre tudo e nada, o vinho. O suicídio dele permitiu-me uns dias longe do trabalho que me dava a sobrevivência. Nojo! Além da morte, o nojo. O asco da vida. Eu me sentia completamente vazia. Já não ligava mais a TV, antes mesmo do salto. Nojo! Assim fiquei enojada e inanimada mais dois dias. Eu não tenho nenhuma vocação para a morte. Portanto, restava-me o nojo, o asco. Anterior ao suicídio. Dele.
   Sob torpor levantei, juntei meus trocados e comecei a vagar. Resolvi buscar pelos sinais. Ao ver um peixe empalhado, urgiu o primeiro sinal e imagens rápidas passaram na minha mente. Prendi

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uma com o máximo de vontade possível e vi um peixe suavemente nadando numa inconformidade de quem nunca chega, em coitos ao léu nas profundezas do oceano. A imagem se foi. O maior prazer dele era cozinhar peixes na panela de pedra. Sua especialidade. O assado era minha especialidade.
   Naquele dia comprei o peixe que ele faria, conforme combinado, mas como demorou a chegar, resolvi eu mesma fazê-lo. Afinal chegou. Olhar estranho. O peixe estava pronto. Jantamos e conversamos muito, como sempre. Aí lembrei do olhar estranho e da demora para chegar. Deve ter sido o primeiro sinal. Por que não percebi? Talvez porque pouco me importava com o que ele fazia quando longe de mim. Ele simplesmente não existia nesses momentos.
   A cidade congestionada refletia os carros no vidro dos prédios. Morávamos em plena Avenida Paulista. Em edifício tombado, de persianas azuis e eu me sentia muito feliz. Tinha trinta e cinco anos e ele vinte e oito. Estava falando em abandonar o Direito. Cada vez ele ia menos ao escritório e eu mais ao teatro, onde ensaiava Brechet, Mãe Coragem, todas as noites. Durante o dia trabalhava 

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numa rádio e a odiava cada dia mais. Era obrigada a ouvir os comentários políticos tendenciosos dos velhos jornalistas do tempo da ditadura. Felizmente eu era a responsável apenas pela parte musical, embora também não pudesse colocar as músicas que me agradavam mais. Enfim! Graças a esse trabalho eu podia morar na kitch com o Pedro.
   Como um zumbi eu parasitava ora pelo Mercado Municipal, ora perambulava pelo Parque Dom Pedro, ora pela Praça Roosevelt, ia até a Praça da República, antes parava no Copan, entrava e subia as rampas dos andares, até chegar no terraço e avistar a cidade lá de cima. Buscava uma resposta. Subia a Consolação a pé, em meio ao barulho dos automóveis e voltava para casa. Vasculhava tudo no pequeno espaço. As roupas de Pedro inertes. Dois ternos, uma calça safari, dois jeans e muitas camisetas. Algumas bem velhas que ele resistia em se livrar. Nenhuma carta. Um dia encontrei no fundo do armário uma caixa de papelão. 

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   Coloquei-a em cima da cama e a abri. Dentro muitas conchas de vários tamanhos e de diferentes cores. Sem cheiro. O mar há muito se fora delas. Seria isso um sinal? Lembrei-me da inúmeras conversas que tivéramos, particularmente de uma fala em tom confessional. Disse-me que fora um catador de conchas, quando menino. Não fiz nenhum comentário, porque não queria entristecê-lo, sabia que sua mãe fora assassinada. Pelo pai. Pedro era menino nessa época. Quando veio morar comigo, sentiu-se na obrigação de me contar. Uma vez e nunca mais. Mas o olhar estranho, oco, de peixe morto, ao me contar, não esqueci. Era o mesmo olhar do dia que chegou tarde e não fez o peixe. Afaguei as conchinhas e guardei a caixa no fundo do armário novamente, como se fosse um tesouro de muito valor. Algo intocável!
   Súbita uma vontade de não estar mais ali. Naquele quarto sala. Naquela avenida. Na cidade cheia de matizes, odores, solidões, cimento. Resolvi refazer o caminho do olhar estranho, da dor cravada na alma dele. Parti. Fui a pensar o que faria, por onde começar. Na travessia a barco até a ilha já tinha um plano esboçado. Aportei e, ao sentir meus pés descalços na areia, senti

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descalços na areia, senti certeza absoluta que ali desvendaria o escuro do estranho olhar.
   Fui procurar o pai de Pedro. O nome dele era Inácio, pescador mor da comunidade, que já não via mais muitos peixes nas redes. Apresentei-me. Seu Inácio, um homem forte, bonito, rude, olhos cor de mel, de uns cinquenta anos de idade. Rosto impassível ficou me fitando. Contei-lhe da morte do filho. Virou-me as costas e me mandou embora. Fui, pois não queria intimidá-lo. Iria com calma, até descobrir o que acontecera naquele dia do assassinato. Pedro parecia-se com ele. Procurei um local barato para me hospedar. Encontrei um quarto nos fundos de um bar. Apesar do vozerio dos homens jogando sinuca e bebendo até cairem, dormi. Parece que a única diversão naquele pedaço de areia era o tal bar.
   Logo cedinho fui ao banheiro do lado de fora, lavei-me como pude na pia velha e de torneira enferrujada e saí para explorar a ilha. Percebi que estava com muita fome e que não havia comido nada há mais de vinte horas. O bar estava aberto. 

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   Tomei um café que, surpreendentemente, estava muito gostoso. Comi dois ovos cozidos, que soube que eram fresquinhos. As galinhas do dono do bar haviam acabado de botar. Ele morava ali ao lado. Um senhor simpático, tinha um filho que estava estudando engenharia numa cidade do interior e ele havia vindo do Espírito Santo, depois da aposentadoria como funcionário público. Fora um agente fiscal. Morava com a esposa, um filho mais velho, desempregado, casado, com dois filhos. Seus netos. Esse já era seu segundo casamento. Tinha outro filho do primeiro casamento e mais três netos. Moravam nos Estados Unidos. O filho era caminhoneiro lá. Viviam bem. Perguntei há quanto tempo estavam ali. Só cinco anos.
   Sai para explorar a ilha. Costumava ficar cheia de mochileiros nos finais de semana, em busca de simplicidade. Mas era terça feira. A vida de Pedro despencada no asfalto começara ali. Na areia logo encontrei um pescador, preparando o barco para se lançar ao mar. Ele já tinha uma certa idade e pensei que devia se lembrar de uns vinte anos atrás. Ao lhe perguntar sobre o assassinato de mulher do Seu Inácio, os dois rapazes que o acompanhavam se 

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acompanhavam se entreolharam e continuaram seus afazeres de cabeça baixa. O pescador perguntou-me se eu era jornalista. Sim, lhe respondi, mas não estava ali a trabalho e não fora por isso que fizera a pergunta do tempo passado. Então por que? Por que eu tinha uma amiga casada com um rapaz que lhe contara uma história e eu queria conferir se era verdade – menti.
   Moça, não tenho nada para falar. O único que sabe o que realmente aconteceu é Seu Miguel, mas esse se recolheu num silêncio sobre esse assunto desde então, que ninguém consegue arrancar uma palavra dele. Se quiser digo onde ele mora, é ali ó, mas já aviso: não vai adiantar. Quem é Seu Miguel? É o pescador que viu ela pela última vez. Tão bonita. Nunca vi mulher mais bonita do que aquela. É verdade que Seu Inácio a matou? - perguntei de sopetão. O pescador fechou a cara, virou-me as costas, empurrou o barco e entrou no mar, junto com os ajudantes. 
   Fui resoluta à casa do Seu Miguel. Lá chegando logo me apresentei como nora do Seu Inácio e contei que seu filho havia se 

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matado. Limitou-se a me olhar detalhadamente, da cabeça aos pés. Nenhuma expressão marcada no rosto rude daquele homem, de barba, pele bronzeada e aparentando muita idade. Lembrei-me do Velho e o Mar. - Vou sair para pescar. - Posso ir junto? - Não! Mulher afasta os peixes. - Quando o senhor voltar, poderemos conversar? - O que? - Sobre o que aconteceu com a mãe do Pedro. Pedro. Nome que pensei para meu primeiro filho, desde adolescente. Não tive nenhum ainda. Terei. Em compensação logo que ouvi o nome do rapaz me apaixonei. Pedro... - Melhor não mexer nisso moça. Parece que vi uma sombra nos olhos do homem. Os olhos azuis claros, subitamente ficaram escuros. Ou teria sido só impressão?
   Não sei bem porque, senti-me possuidora de um tesouro. Aquele homem envelhecido pelo sol, sal e mar passou-me sensação de paz. Resolvi ficar por ali até que ele voltasse do mar. Lá pelas dez horas da manhã voltou. Barco cheio de peixes. Sozinho. Mais tarde contou-me que sempre pescava sozinho. O velho e o mar – pensei. Outro velho, outro mar. Moradores o esperavam na praia e ele

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distribuiu os peixes. - Ué! O senhor não vende os peixes? - Não respondeu. Porém pareceu-me óbvio que não deveria vendê-los.
   - Podemos conversar agora? - Não. - Por que? - O mar pode se revoltar igual àquele dia, disse-me. Encerrou-se. Só me restava voltar ao meu quartinho no fundo do bar, buscar algo para comer e dormir. Inconformada. Fiquei a pensar se não haveria mesmo alguém que lembrasse do acontecido.
   Acordei com fortes batidas à porta. Trôpega, sem mal abrir os olhos fui até a porta. Uma bela moça, assustada, fez-me sinal de silêncio, entrou, fechou a porta e colocou o ouvido nela. Silêncio. Eu curiosa e um tanto apreensiva, observei-a: "linda!" - pensei. Pareceu-me frágil, etérea e ao mesmo tempo com uma força e dignidade que vinham de muito longe. Vestia uma túnica azul, parecida com uma que minha mãe usava quando eu era criança. Meio hippie. Os cabelos eram negros e cacheados. De repente, vi algo familiar nela. - Quem é você? - perguntei. - Sou irmã do Pedro. Ouvi sua conversa com meu pai. Vá embora daqui. - Por que? - Você está correndo enorme perigo – Como assim? Eu só 

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tinha cinco anos quando minha mãe morreu. Mas lembro bem dela e da paixão do meu pai por ela. Pedro cresceu achando que ele a matou. Eu sei que não. - Como sabe? - Eu vi a morte dela. Foi um peixe homem que saiu do mar e a arrastou para o fundo das águas. O corpo foi encontrado no dia seguinte preso às rochas. - Você não contou o que viu? - Contei, mas ninguém acreditou em mim. Disseram que era imaginação de criança. Pedro também era criança – eu disse. - Sim, mas ele dormia. Acordou com a polícia prendendo meu pai, que foi solto logo depois, por falta de provas. No entanto ele acreditou na versão da polícia, que dizia que "apesar da falta de provas, você não nos engana". Pobre Pedro, pobre irmão. Foi morar com uma tia em São Paulo aos dez anos, depois que meu pai desistiu de tentar fazer com que ele voltasse a falar e olhar para ele. Nunca mais vi Pedro sorrir. Após a morte de mamãe, limitou-se a falar somente o necessário. Entrava e saía de casa sem uma palavra. - Você o viu depois que ele foi embora? - Só duas vezes, quando ele fez dezoito anos e entrou na Faculdade e no casamento da minha prima, há uns cinco anos. - Ele falou com


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você? - Sim, mas como um estranho. Bem formal e não perguntou do nosso pai. Agora morto, tão jovem! Acho que nunca superou a morte de mamãe. Voltou a dizer: - vá embora, você corre grande perigo e saiu apressada. Aí me dei conta que nem perguntei seu nome. Só me restava banhar-me e sair em busca do perigo que eu corria.
   "Um peixe homem" – o que será que ela quis dizer? Seria um mergulhador? De qualquer forma agora eu estava mais decidida do que nunca a resolver o mistério do assassinato de Maria.

PARTE II

   A tarde estava chuvosa, mas saí a andar pela praia, pois nada dava para fazer naquele quarto só com cama, um criado mudo, uma cômoda de gavetas emperradas com um espelho na parede manchado, que mal refletia minha imagem.
   Em minha direção vinha o jovem cabisbaixo que encontrei junto ao pescador ontem de manhã. Parou, sem me encarar e disse - ele só aparece uma vez por ano, na maré cheia e no dia da grande luta.

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Tem sido assim desde a morte de Maria. Vem e chora. Constrói um castelo de areia, chora mais e volta para o mar. Continuou andando. Dei meia volta e corri atrás dele. Continuou a andar, apressado. Quase gritando perguntei: - quem? de quem você falou? - do homem peixe, disse-me. - Não entendo! - Não entendo! - páre – gritei. - quando ele vai aparecer de novo? Quando será a grande lua? Como ele é?
   De nada adiantou minha angústia e minhas perguntas. Foi-se fechado em silêncio. Resolvi que deveria ir atrás da irmã de Pedro. Ela vira o peixe homem. Devia ser fácil encontrá-la. Devia morar com o pai.
   Voltei à casa do Seu Inácio. Na verdade, um casebre de madeira no meio de um matagal fedido, em cima de um mangue. Bati e surgiu um homem mal humorado. - que que você quer aqui? - falar com sua filha. - que filha? - O senhor não tem uma filha? - Tive, morreu dias depois da mãe. Agora suma. 
   Saí de lá a refletir porque não havia me interessado mais pelo passado de Pedro. Como Pedro chegara a cursar universidade, a 

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viver em São Paulo, parecer-se hipster, curtir as mesmas coisas que eu lá nascida e crescida, filha de pais intelectuais? Eu, cidadã de carteirinha, engolida pelo maldito sistema, da cabeça aos pés, uma garota urbana? Gerada no final da Ditadura Militar e desembocada após o sonho terminado? Não entendia nada, mas intuia algo muito estranho. Intuia que estava na hora de perder a racionalidade. Naquela ilha eu sabia que passado era assunto morto. Como Maria que se foi para o fundo do mar.
   Os dias se passavam e nada acontecia. O mais estranho de tudo é que eu não estava aborrecida e quase não me lembrava mais da minha vida em São Paulo. Aquele lugar, despojado de tudo dava-me a sensação de leveza, algo que antes não existia em mim. Mas meu dinheiro já estava acabando e a licença de um mês na rádio também. Era a única coisa que vez em quando arranhava minha mente.
   Escutei batidas leves na porta. Já deitada, lendo o único livro que eu trouxera e decidira reler, não me levantei, torci que tivesse sido apenas impressão - o vento. Novas batidas. Tão leves quanto antes. 

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Pareciam de uma criancinha. Desta vez a curiosidade foi maior e fui ver. Deparei-me com a irmã de Pedro. Entrou rapidamente e fez sinal de silêncio. Olhos baixos. Linda! Ôh menina linda! – pensei com meus botões. Mil coisas se passaram na minha cabeça, mas fiquei quieta, a aguardar. Após uns quinze minutos, falou-me: - meu pai me deixa presa em casa o dia todo, mas lá pelas nove da noite ele já caiu de sono de tão bêbado, que se esquece de mim. Nessa hora consigo sair. Ele ficou assim desde que minha mãe foi para o mar.
   - Conte-me. O que aconteceu naquele dia? - Eu tinha cinco anos, vi minha mãe sair de casa. Meu pai e meu irmão dormiam. Eu tivera um sonho e acordei, por isso ouvi o barulho da porta. No meu sonho eu conversava com um peixe grande e ele sorria. Ele disse: - você vai ficar sozinha, mas não tenha medo nunca, porque você vai ganhar a proteção do Peixe Homem. Então segui minha mãe e vi ele saindo do mar. O Homem Peixe. 

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   - Como ele era? - Grande, grande e azul. Fiz vários desenhos. - Você trouxe? - Não. Meu pai sempre deu sumiço em todos eles e me proibiu de desenhá-lo. Disse-me e diz até hoje que sou louca. Sei que não sou. Eu não tinha ali material nenhum para que ela pudesse desenhá-lo. Então decidi que iria à escola mais próxima, na ilha mais próxima, conseguir lápis de cor e papel, assim que amanhecesse. - Como é teu nome? Simone – respondeu. Agora preciso ir. -Você vai voltar? - Sim.
   Intrigada com a visita de Simone e com suas palavras achei que deveria estudar mitologia mas, ali naquela ilha, nem internet, nem biblioteca. Nada. Como se possível fosse que tão próxima à capital houvesse um lugar assim. Eu mesma já começava a duvidar que existisse. Ainda por cima um Peixe Homem Azul!!! Já não conseguia nem me lembrar como chegara lá.
   No entanto, acordei cedinho e fui com as crianças, que estudavam na outra ilha, no barco que as levava todos os dias. Pelo jeito já havia corrido pelo lugarejo o motivo da minha presença ali na ilha.

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Todos me olharam e continuaram em silêncio, como se eu fosse a anunciadora de uma desgraça, ou talvez a desmistificadora de uma lenda. Na ilha, segui as crianças até a escola. Pedi umas folhas de sulfite e lápis coloridos. Arranjaram-me folhas de rascunho e restos de lápis de cor. Agradeci e fiquei sabendo que haveria barco de volta à ilha, apenas na saída da escola. Às 12 horas. Fui a um pequeno restaurante que estava aberto. Por sorte havia café com leite e pão na chapa. Perguntei pelo almoço. A partir das onze horas. Reservei o meu peixe azul, especialidade da casa. Andei pelo local e perguntei sobre o Homem Peixe, - "Do que a senhora está falando moça? Não. Nunca vimos e não conhecemos nenhuma história de homem peixe". Estranho. Muito estranho.
   Comi o melhor peixe da minha vida e voltei ao barco. As crianças já estavam a chegar. Parece que o mistério só existia naquela ilha perdida no planeta. Aportamos no trapiche e senti-me invisível. Atropeladamente todas as crianças sairam correndo. Por que será? – pensei. Disse-me o moço do barco: - hoje é dia do Peixe Azul? Do homem Peixe? - perguntei. Não, moça, do Peixe Azul. - Como

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assim? - A senhora não comeu peixe azul lá na outra ilha? - Sim. Comi. - Então, é isso: todos hoje só comem peixe azul marinho. Por que? - perguntei. Por que é lua cheia. A maior do ano? Não sei moça. A revelação veio como um baque assustador. Corri para o quartinho no fundo do bar. E agora? Ele aparecerá? Terá escamas e olhar tristonho? Um solitário? De escamas azuis? Irei com ele ao fundo do mar? Naveguarei nas suas costas como se ele fosse um golfinho? Ou será apenas um assassino, sequestrador de mulheres, vingador dos pescadores?
   Adormeci e tive um sonho estranho: alguém bateu à minha porta. Abri-a e segui, hipnotizada, uma mulher nua, de longos cabelos, que caíam como uma cascata sobre suas costas morenas. Eu sentia meus pés descalços nas areia macia e fria da noite iluminada. A lua estava quase cheia. Havia uma canoa balouçando n'água e subimos nela. Eu não conseguia ver o rosto da mulher. Apenas suas costas e os belos cabelos. O barco deslizou mar adentro. Estava manso e límpido. DAva para ver os peixes. Brilhantes. Eram da cor do ouro.

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De repente, grande onda levantou-se e vi um homem emergindo e a gritar – Maria! Maria! Ela pulou na água e mergulhou com ele. Ou era um peixe?
Acordei e saí. Descalça. Em pouco tempo estava à beira mar. Parei e fiquei olhando aquele mar. A lua estava menos cheia que no sonho. - Moça? Ouvi um voz doce e me virei para ver quem era. Um belo jovem índio. Índio! Seus olhos e seu sorriso sobressaíam na noite. Sorri de volta – oi – eu disse. Continuou sorrindo e me disse: - ele não vai aparecer hoje. - Ele quem ? - O homem peixe - Então você vê o Homem Peixe? - Claro! Todo mundo aqui vê. - Então por que todo mundo faz mistério e não me responde nada quando pergunto? - Por que a moça não é daqui. - Como ele é? - perguntei. - Ele é triste. - Triste? - Porque você diz isso? - Sempre que ele aparece vem até a areia, deita nela e chora a noite toda. Muito triste. Depois volta para o mar. - Mas por que ele chora? - Dizem que uma vez se apaixonou por uma moça e a levou embora para o fundo do mar. Mas ela morreu afogada porque era só uma mulher. Não era mulher peixe. Desde então, todos os anos, no mês

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que ela morreu, na lua cheia ele surge. Que mês ela morreu? - perguntei. - Em maio. Faltam dois meses e a lua estará cheia e grande no final do mês. Então eu vou poder ver o Homem Peixe? - Vai, moça. Nessas noites todo mundo vem à praia e fica em silêncio. Durante o dia os peixes são muitos. Dançam nas águas. Ninguém pesca. Ninguém mata os peixes. Em respeito à dor do Homem Peixe. Dá para pegá-los com as mãos. Mas ninguém pega.
   Dois meses! Eu mal tinha dinheiro para um mês! Teria que negociar com o homem do bar, com a rádio. Bem, com a rádio já sabia de antemão que não seria possível. Se é que eu já não estava fora dela! Resolvi que ficaria na ilha. Pedro nunca soube dessa história? Por que se matou? Passou a vida inteira sofrendo, achando que o pai era assassino, deixou de ver a irmã, fingiu-se cidadão de São Paulo. Fez Faculdade. Afinal, quem era esse Pedro? Advogado!? Tão desnecessário naquela aldeia de pecadores! Não importa, ele jamais voltaria a ela. Assim como eu, jornalista, tão objetiva, controlada e ainda em busca de um trabalho decente. Submetia-me ao massacre da cidade com a desculpa que precisava

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provar que eu era capaz. Mas provar? Provar para quem?

PARTE III

   Naqueles dias de espera da lua cheia grande, para aparição do homem peixe, cai em melancolia. Já acordava estranhando a vida. A mim parecia que eu ficaria grudada eternamente à ilha. Os ruídos externos soavam como se estivessem à quilômetros de distância. Mergulhei no silêncio. Havia dias que emitia pouquíssimas e curtas frases. Bom dia. Boa noite. Obrigada. Até meus pensamentos ficaram silenciosos. Torpor de alma. Meus olhos não conseguiam se despregar do mar ao início da noite. Consegui com o homem do bar pagar dois meses de aluguel pela metade do preço e varrer o terreno todo dia em troca de comida. Tinha muito tempo para ficar de olho no mar. Acordava todo dia por volta das sete horas. Como não tinha fome antes das nove horas varria todo o terreno nessas duas horas, aproveitava para cortar o mato que insistentemente crescia. Nova horas tomava o café da manhã: dois ovos, banana

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amassada, café, pão com margarina. Era o que tinha. Saía quase correndo para a praia. Lá encontrava meu amigo índio sempre com um coco cheio de água me aguardando. Estendia minha canga, sentava e olhava o mar. Ali ficava até a fome bater novamente. Voltava ao bar para almoçar, dormia um pouco e quase noite voltava à praia. Até umas dez horas da noite. O silêncio era maior à noite. 
   Então, um dia, Simone veio desencantar esse meu silêncio de dias. Não parecia mais aquela moça assustada da última vez que a vira. - Entre – eu disse. - Acho melhor você ir embora, falou-me - Por que? - Ele vai aparecer logo e você pode se apaixonar e ir com ele para o mar e morrer afogada. - Eu!!??? Quantos anos sua mãe tinha quando morreu? - fiz a pergunta sem nem mesmo saber o motivo, mas havia uma intuição, uma mescla de curiosidade e quase descoberta. - Vinte e cinco. Vinte e cinco, repeti. A tua idade agora né Simone? Vi uma sombra de sorriso nos seus olhos. - Tô indo. Tchaú. Voltei ao silêncio. Logo ouvi umas risadinhas abafadas lá fora. Abri a porta para ver quem era, mas, fosse ou fosse quem 

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fossem saíram correndo. As risadas eram de duas ou três pessoas. Entrei e fui dormir.
   Eu estava cercada de gelo, numa paisagem ao mesmo tempo branca, calma e amedrontadora. Aos poucos, fui apurando os olhos, esfreguei-os e, na minha direção caminhava uma criatura que eu jamais vira. Um ser etéreo, azul claro, esguio, com cabelos longos, que iam até a cintura, num tom de azul um pouco mais escuro que a pele transparente, onde se via os caminhos percorridos por um sutil líquido, como um rio avistado do céu, a quilômetros de distância da terra. Não era um homem. Não era uma mulher. Parou à minha frente em silêncio e pude observar uma tristeza imensa nos seus olhos molhados. Estiquei as mãos para tocar seu rosto, mas não havia nada para tocar. 
   Acordei e Pedro dormia tranquilamente ao meu lado. O barulho dos carros na avenida anunciavam o dia. Olhei o relógio. Sete horas. Hoje entregarei o roteiro para o próximo filme. Espero que o diretor goste. – Zezé Goldschmidt

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p. 41 - 42 - Degustação de Íris Geiger, Marcelo Ignácio e Marly Barduco / Mulher Caiçara onde Estiver.

Degustação de Íris Geiger, Marcelo Ignácio e Marly Barduco:

   Não te incomodas que a magnitude do meu corpo tenha se transformado em argamassa e óleo de lamparina? - Íris Geiger.

   Mulher Caiçara Afrodescendência e ancestralidades cruzando os oceanos o fim dos malês em outros mares se faz caiçara Mulher Caiçara não é só mar ou praia tem devoção à Iemanjá a Rainha das Águas Mas também guerreira arrasta rede à pescar traz peixe para mesa alimento à família se faz fêmea na cama na rede brincar de amar só o mar à testemunhar!!! - Marcelo Ignácio.

Entardece -
ouço o marulho do mar...
e o repicar dos sinos. - Marly Barduco.

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Grande mar, ó mar selvagem,
misterioso mar fremente,
navio pedindo passagem
ao gigante irreverente ! - Marly Barduco.

As belas praias de Santos
têm jardim para enfeitar.
Lindas flores com encantos
adornando a beira-mar ! - Maria Aparecida Ferreira de Vasconcelos.

Em noites claras, o mar.
para ficar mais bonito,
toma um banho de luar
no "chuveiro" do infinito... - Antonio Colavite Filho.

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p. 42 - 45 - Prato de entrada prosopopeico / Mulher Caiçara onde Estiver.

Prato de entrada prosopopeico:

   Prosa Fantástica, da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande com seus elementos naturais, étnicos e históricos:

   - Eu que testemunho a sua força! 
   - Grata à você – Céu, obrigada estou a não afugentar, com meus tiros, os pássaros que o habitam.

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   - Eu que trago de além mar os que a constroem!
   - Grata à você - Mar, obrigada estou à preservar suas águas cristalinas!
   - Eu que a aqueço, junto ao musgo de suas paredes.
   - Grata, à você - Sol, obrigada estou à refletir o seu calor.
   - Eu que dou a liga pra união de suas pedras!
   - Grata, à você - Baleia, que deu liga pra união de minhas pedras, obrigada estou a defender a sua prole.
   - Eu! Se tivesse alma!
   - Grata à você – Peixe, que percorre o mundo por mim, obrigada estou à saboreá-lo!
   - Eu que ilumino sua vigília!
   - Grata, à você – Lua, obrigada estou à refletir a sua luz!
   - Eu que dou a mão que a constrói!
   - Grata, à você - Iemanjá, que dá a mão que me constrói, obrigada à recebê-la, ambas debruçadas nessas águas.
   - Eu que dou, em arco de aliança, união a seus elementos! 

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   - Grata, à você - Capela, obrigada estou à mantê-la em meu seio!
   - Eu que avisto seus domínios, antes tão ameaçados!
   - Grata, à você - Vigia, obrigada estou à confiar a minha ronda.
   - Eu que levo o dizer, da vigia, a seus ouvidos!
   - Grata, à você - Mensageira, obrigada estou a dar ouvidos a seu dizer.
   - Eu que a defendo, em suas águas, do ataque corsário!
   - Grata à você, Nau Espanhola, obrigada estou à abrir meu porto! 
   - Eu que cedo, em derrota, meus canhões!
   - Grata, à você - Nau Corsária Inglesa, obrigada estou à ressoar os seus canhões, agora meus!
   - Eu que projeto meu canhão, por você correspondido, no canal da barra!
   - Grata, à você – Forte do Crasto, ambos obrigados em tombamento, à emanar o saber contido em cada muralha.

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Parênteses: para conversar à mesa com a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, em Prosa Fantástica - prosopopeica, até o dia 15 - dentro do mês de março, do corrente ano – o seu dizer autoral à Mulher Caiçara onde Estiver, ao brindar, presencialmente no restaurante “Tertúlia”, e sua digital foto, de xícara na mão, para poder sorver um cafezinho adoçado com garapa, rapadura em pó, e açúcar mascavo, nesse ritual espontâneo com o Acervo dos Escritores Santistas, em coautoria com Ricardo Rutigliano Roque. Ela celebrada se sentiria, ao vivo e em rede de relacionamento social. Que tal!? – Ricardo Rutigliano Roque.

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p. 45 - 48 - Céu / Mulher Caiçara onde Estiver.

C É U.

   O Céu, todo encoberto por nuvens escuras, gritava: 
   - Mulheres, salvem-se e às suas crianças. Vai cair uma enorme tempestade. 
   As caiçaras,muito trabalhadeiras e solidárias, trataram de sair do descampado, ajudando umas às outras, para se protegerem do aguaceiro que estava para acontecer. E, carregaram, consigo, suas 

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crianças. Os homens estavam resguardados nos casebres. As mulheres e crianças procuraram a proteção de suas casas.
   Já era hora de preparar o alimento para a refeição. A única, daquele dia. 
   Foram para o fogão, a fim de preparar algo para comer. Pão, não havia. Apenas sobras do dia anterior e um angu que iriam preparar, para ter um prato quente... (as crianças aguardavam ansiosas, mas pacientes).
   O Céu continuou a bradar, desta vez se dirigindo ao Sol:
   - Sol, por que você castiga tanto esta gente, necessitada da lavoura? Este é o seu trabalho... é da agricultura que eles se mantêm....Precisam plantar, para ter com que se alimentar e, até vender, para os que aqui vêm.
   O Sol respondeu:
   - Céu, eu sou importante para as plantações. Contribuo para que vivam. Forneço claridade, calor, luz, coisas necessárias ao desenvolvimento! Sei que, em demasia, causou secas que viram

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queimadas e destroem os sonhos dos plantadores.
   - Mas, e você, Céu?
   - Por que não influencia com chuvas brandas e constantes,em vez de mandar temporais, tempestades destrutivas? Busque um meio termo...
   Ao que o Céu respondeu:
   - Parece que você não sabe o que diz.... E continua:
   - A chuva que vai para a Terra é da própria Natureza... não prejudica ninguém.É benfazeja. Mas, os humanos poluem o ar, o mar, as águas, tudo, enfim. Desta forma, a Natureza sai do seu ciclo normal. Não sou eu o culpado, nem você, nem a Lua, nem qualquer outro elemento. É o próprio ser humano que se destrói e também à Natureza. E se julga inteligente! Deveria criar mecanismos, engenhocas para preservar a Natureza em geral e seu próprio bem estar.
   - Ó Divindade! navegantes de todos os povos, templos, capelas do Universo, ajudem o homem a se conscientizar para que o mundo fique melhor e volte a ser um lugar mais agradável e saudável para se viver." - ASSMA GABRIELA

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p. 49 - 53 - Tomo I - Ensaio à Proposta, Cardápio e Cozinha / Mulher Caiçara onde Estiver.

Mulher Caiçara onde Estiver 
Tomo II – Ensaio da Proposta.

A Cultura é a estrela e a mulher o cometa -
juntos iluminam o céu, 
e o artista o carbureto – 
lamparina em seus meandros!

Cardápio.
Cardápio Digital - em Rede.

Cardápio:
   Ao trazer o sabor de sua demanda, que aqui nutra um metafórico recheio, e que se problematize como cobertura, se manifeste às metas, em aperitivos - estes:
   De raiz Caiçara as vertentes culturais afro, guarani, e europeia.
   De mulher caiçara o gênero feminino, desde o dizer precursor de Catharina Apolinário.
   De Mulher Caiçara onde Estiver - evocada em celebração, em contexto citadino, no brinde com café adoçado por garapa, rapadura em pó e açúcar mascavo.

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   De Prosa Fantástica como gênero literário, este por Maria José Goldschmidt denotado.
   De Poesia à Rua, regurgitado pela Sociedade dos Poetas Vivos.
   De humanização contida no uso de monumentos, Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande – atual Museu Histórico de Guarujá, e no Forte do Castro – atual Museu de Pesca.
   De Colar de Escritores, demandado em dizer do professor Fabião -atual secretário de Cultura de Santos- Fábio Nunes.
   De dizer autoral contido, reverenciado em cada espontânea diligência, dentro do I.H.G.S. – Instituto Histórico e Geográfico de Santos.
   De Saúde Ambiental, ambientada no saber contido em museu - Museu de Pesca e Museu Histórico de Guarujá.
   De sustentabilidade em Meio Ambiente como Meta do Milênio.
   De estudo da História local, previsto na Educação, em Lei de Diretrizes e Base do Ensino.
   De caminhar como Saúde.
   De transcender o geopolítico pelo republicano Ministério das Cidades.

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   De restaurar preservacionista, pleiteado junto à Agricultura, e vivenciado se fomentado, sob oficina cultural.
   De aprender fazendo escoteiro, uma limonada em bastidor desse Ensaio.

   Cardápio Digital - em Rede
   Postado esse dizer, e o seu anseio em comentário:
   Em Website:
   Em Facebook: “in box” e em grupo de relacionamento social Acervo dos Escritores Santistas, Cultura Caiçara e Mulher Caiçara onde Estiver!
   Em WhatsApp (13)98155-5544.
   Em e-mail – ricardorutiglianoroque@yahoo.com.br

COZINHA:
   Sabores – Cozinhas Frequentadas.
   Temperos.

Sabores – Cozinhas Frequentadas:

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   Literatura.
   Saúde Ambiental.
   Meio Ambiente.
   Educação.
   História – universal localizada.
   Saúde.
   Cultura - de Raiz.
   Patrimônio Cultural - Imaterial e Material.
   Transcendência geopolítica.
   Museologia.
   Fomento autoral – via internet, de texto e imagem – foto e vídeo.
   Cidadania.
   Segurança.
   Gênero - feminino.
   Inclusão étnica - guarani, afro, europeia, de jovens – com plenas capacidades, e daqueles com necessidades especiais.
   Sustentabilidade – de custeio em oficina cultural e ambiental.

Temperos

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   Certificação – em papel timbrado, de uma curadoria, para ser oficiado por autoridade pública e privada, quando pleiteado uso de seus espaços.
   Sensibilização - colaborativa, junto à rede de contato, fomentada em enquete (abaixo).

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p. 53 - 57 - Bar / Mulher Caiçara onde Estiver.

BAR:
   Enquete do garçom à Mulher Caiçara onde Estiver.
   Mulher Caiçara onde Estiver – receita do cozinheiro, que propõe.

Enquete do garçom à Mulher Caiçara onde Estiver:
   Você brindaria à Mulher Caiçara onde Estiver, digital e presencialmente, até 4a. feira - as 15:00h do dia 15 de março do corrente ano?
   Sua resposta colaborativa, de pesquisado, à enquete, de xícara na mão, se:
( ) Eu brindaria à Mulher Caiçara onde Estiver, postando foto - digital, em rede social; 
( ) Eu brindaria à Mulher Caiçara onde Estiver, junto ao Museu de Pesca - em bar no átrio do restaurante “Tertúlia”,

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( ) Eu não brindaria à Mulher Caiçara onde Estiver;
   Eu credito que o resultado, dessa enquete, será:
( ) A maioria brindaria à Mulher Caiçara onde Estiver, postando foto – digital, em rede social, de xícara na mão; 
( ) A maioria brindaria à Mulher Caiçara onde Estiver, junto ao Museu de Pesca, em bar no átrio do restaurante “Tertúlia”,
( ) A maioria não brindaria à Mulher Caiçara onde Estiver;
   Gratidão de Ricardo Rutigliano Roque, autor, organizador e responsável, por essa pesquisa e por esse brinde proposto.

* Favor marcar um x em cada um dos dois tópicos, ao levar em conta que há um projeto.

Mulher Caiçara onde Estiver – receita do cozinheiro, que propõe:
   Evento de Literatura – participação aberta a certame, com texto autoral de Prosa Fantástica – prosopopeica e simples, em repetição ao já acontecido em 2016 de Crônica.
   Acervo dos Escritores Santistas, e agora para ser parte integrante do calendário desse, se prestigiado pelos pares em 2017. 
   Fomento ao custeio sustentável, via “Destinação Criança” de oficinas culturais.

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   Já direciona à Saúde Ambiental, no dizer compartilhado, prosopopeico autoral do proponente:
   Meio Ambiente -Bioma da Mata Atlântica- no dizer prosopopeico de seus elementos naturais.
   Educação -História local- previsto ensino na LDB - Lei de Diretrizes e Base do Ensino, no dizer prosopopeico de seus elementos históricos.
   Cultura –Caiçara- no dizer prosopopeico de suas vertentes étnicas formadoras.
   Saúde – fomentada na dinâmica do evento presencial, contido no caminhar de escritores com seus leitores.
   Transcendência geopolítica – evocada, ao dar voz a monumento tombado, de época anterior à divisão por cidades, em Prosopopeia entre os elementos formadores da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande.
   Cidadania - empoderada em caminhada no espaço público.
   Segurança – contraponto à violência, ao levar a Prosa Lírica à rua.

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   Congraçamento Caiçara – colar de escritores de cada coletivo poético.
   Inclusão - em demandas, de gênero feminino; de fazedores de Cultura – oficinas culturais, e de seus demandantes - criança e adolescente; de carentes de Cultura de Raiz - com instrumentalizado dizer; objetivadas comunidades caiçaras - praias do Góis e da Santa Cruz dos Navegantes, do Guarujá, e citadina - bairro da Aparecida, de Santos.
   Sustentável custeio – “Destinação Criança”, de oficinas culturais em entidades credenciadas, à destinação de 6% de I.R. pessoa física, junto aos CMDCA - Conselho de Defesa da Criança e Adolescente local.
   Harmonização de política pública – Cultura, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Cidades e Agricultura, no imaterial saber, em espaço público – monumental, biblioteca municipal Mário Faria de Santos, ao direcionar aos museus – MuseuHistórico do Guarujá e Museu de Pesca, amalgamados por releitura da paisagem.
   Perenização do dizer - prosaico fantástico, inscrito no certame

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literário, compartilhado escrito e em vídeo, no blog do Acervo dos Escritores Santistas, irmanado aos dizeres, em livros, ali lançados – ao final da caminhada, junto à biblioteca municipal Mário Faria de Santos.
   Ética - com o respeito ao virtuosismo do dizer e cantar, sem opressão do saber em perseverança.

Ricardo Rutigliano Roque - seu cozinheiro, organizador, responsável e autor, nesse restaurante - Acervo dos Escritores Santistas, com a diligente Mulher Caiçara onde Estiver - evento, ambos espontâneos.
e-mail - ricardorutiglianoroque@yahoo.com.br
tel. (13)98155-5544 - WhatsApp

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p. 57 - 65 - Dispensa / Mulher Caiçara onde Estiver.

DISPENSA:
Ingredientes básicos à Mulher Caiçara onde Estiver.

Ingredientes básicos à Mulher Caiçara onde Estiver:
PARA QUE: Para direcionar uma qualidade de vida. Que o uso do

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espaço público, e junto a este - Museu de Pesca, lhe traga sobrevivência, no vínculo entre seus patrimônios material e imaterial, ao tornar recíproco esse saber. Que se dê o devido valor à Cultura Histórica, em monumento testemunho, que de expelidor de fogo bélico, enquanto Forte do Crasto, cruzado com a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, passe à cruzar a luz da Arte - assim emanada hoje, enquanto Museu de Pesca e Museu Histórico do Guarujá. Que seja oportuna essa presença, harmoniosa, para que a Cultura Caiçara seja inserida na arquitetura histórica, e sentida em meio ao bioma da Mata Atlântica (***). Que haja, assim, um palco articulado e legitimador, apontado em apoio proposto ao conselho de Cultura do Guarujá, exposto que foi em assuntos gerais, à reunião ordinária de 31/01/2017, e transcrita em e-mail, assim como em requerimento, para apoio - sem ônus ao gestor público municipal, nesses termos;
   A meta da ação proposta, antes frustrada ao não obter certificação de curadoria em 2017, da "Semana da Cultura Caiçara" e do "Instituto Procomum", é tornar, autonomamente, viva a prosa fantástica autoral de cada coletivo, assim como a prosopopeica, nesse projeto, à Mulher Caiçara onde Estiver.

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COMO:
Prosa fantástica - prosopopeica e simples, lírica em celebração oralizada - presencial do dizer, dada à elementos de paisagem natural, histórica e cultural étnica de raiz, no evento vitrine, com extensão includente, de oficina à se estruturar via fomento, de cada programa coirmão cultural, este custeado por lei de fomento, em busca de perenização sustentável material e imaterial. Essa exposição eventual, sob tal égide, em evento em arredores do Museu de Pesca, em seu auditório - em mesa de bate-papo, e seus próprios ao ar livre, assim: de cada vitalizada ideia a se consolidar.
   Dizer prosaico com máximo de 20 fonemas poéticos, que dê fluidez ao diálogo às homenageadas, aqui preferencialmente autoras de tais dizeres, que façam brinde ao final, com café com garapa, rapadura em pó ou açúcar mascavo, em amálgama de tais dizeres, ao fugir, assim, de monólogo, com protagonismo equilibrado às vertentes caiçaras - contemporânea e tradicional, e sejam brindadas por um dizer literário e outro musical acústico, de cada vertente nutridora da Caiçara - afro, européia e guarani, se 

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privilegiado o uso do Museu de Pesca, o que caracterizaria o objetivo formador, associado à amostragem, suficientemente, manifesta: 
   Arte Plástica, artesanal e cênica - presencial e vídeo gravada, musical, de dança, etc.
   Já o dizer ao ar livre - se tempo seco, ou em salão de segundo piso do Museu de Pesca - se tempo chuvoso, seria com métrica livre, em cada círculo de cada coletivo desde o museu à biblioteca - na primeira situação. Há diversidade, enriquecedora, em seu conjunto, nesse fazer diferenciado por cada coletivo, o que aguçaria a curiosidade sobre cada obra.
   Uso de espaço privado e público – em bar no átrio aberto, ao menos às doze mulheres homenageadas, do restaurante "Tertúlia", e a seus homenageadores, além de ampliar, aos curiosos, sob sua marquise, tudo junto ao espaço público - Museu de Pesca, para erguer o brinde à Mulher Caiçara onde Estiver as 15:00h., no dia 15 de março do corrente ano, ambos dispostos em três mesas por temática – natural, étnico, e histórico, para uma audição do dizer e do cantar desse projeto, e à seguir de cada coletivo de Arte, 

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também ampliado aos curiosos, próximo a esses, para um sarau autoral de cada coletivo.
   Para sustentabilidade de cada fazer, que se dê, assim, visibilidade a cada trabalho, incluso pertinentes livros lançados, para que haja, assim, quiçá, a inclusão de crianças e adolescentes.
   Uso de espaço público - Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande e Museu de Pesca, visaria a comunidade da praia de Santa Cruz dos Navegantes e da praia do Góis, pela proximidade, as 15:00h. do sábado ou domingo imediatamente anteriores ao brinde, ambos em março, ou as 9:00 horas do próprio dia 15, ambas datas do corrente ano, se ali e nessas datas ocorrerem manifestações culturais dos mesmos, bate-papo. Outro bate-papo com o destinador do fomento tributário
   Já contactados, na formação de uma mesa em 2017, o sociólogo - Galeno Amorim do "Palavra Mágica" (*) de Ribeirão Preto, a assessora de imprensa da "Estação da Cidadania", Maria Fernanda Portolani, e Renato Leite - auditor fiscal da receita federal, do Ministério da Fazenda, e aberto a um(a) conslheiro(a) do CMDCA do Guarujá, tampouco com ônus ao gestor municipal desse

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equipamento público.

POR QUE:
   Por se evitar, assim, uma prevaricação desse autor, na função de funcionário público municipal, apenas de Santos, pois de São Vicente já está aposentado, se infrutífera a liberação de seus préstimos, por anos à fio, em ambulatório, na sexta-feira, para dedicação à Saúde Ambiental (afeita às demandas dos ministérios de Cultura, Educação, Saúde, Meio Ambiente, e Cidades).
   Por uma qualidade de vida, repito, como “Meta do Milênio”, no uso humanizado do patrimônio cultural material local, ao construir eixo pedagógico sob permeável concretude, rumo às demandas.
   Por um empoderamento lírio à rua.
   Por unir o olhar turístico – de terceiros, paisagístico, ao cultural – do local, ultrapassando, assim, o limite geopolítico.
   Por diversidade de gênero, feminino, gênero literário, segurança à rua, lirismo, custeio sustentável, ultrapassar o limite geopolítico, Cultura de raiz, etnia guarani, afro e européia.

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POR QUEM:
   Pelo escritor, colaborativo convidado, que ao sair de sua torre de marfim, em sua legítima busca do saber, agora em seu proseado literário, universitário formal, em fomento à política pública municipal, estadual e federal, à produção cultural, à Cultura de raiz caiçara, à cidadania em diversidade de coletivos, seja de canoístas, clubes de servir, de portadores de necessidade especial – estes com acesso diminuído apenas na Fortaleza da Barra, e ONGs – Organizações Não Governamentais.

ONDE:
   Presencial na Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande em Guarujá, e em Santos no Museu de Pesca, e junto deste, em bar do restaurante “Tertúlia” – repito, na calçada e no jardim da praia até a biblioteca municipal Mário Faria - posto 6 de salvamento, e em brinde digital antecipação – ao postar foto, repito.

QUANDO:
   Em 15 de março do corrente ano, as 15:00 horas, em celebração à Mulher Caiçara onde Estiver, junto ao Museu de Pesca, assim

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como, antecipada e simultaneamente, digitalmente de onde estiver, as 15:00h.
   Teria sido, também, no sábado – preferencialmente, ou domingo, imediatamente anterior ao dia 15, na Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande e Museu de Pesca – se ali ocorrer alguma manifestação cultural, em explanação sobre o custeio, em fomento tributário, às oficinas, as 15:00h. ou as 9:00h. se no próprio dia 15/03/2017.

QUANTO:
   O que for disponibilizado por segmento - auto gestão. Suficiente seria aquilo obtido pelo coletivo para seu próprio uso, e pelo organizador destinado ao debatedor, para seu traslado de Ribeirão Preto, sua hospedagem e o transporte aquático, este extensivo a cada par debatedor e ao moderador, na travessia do canal da barra, assim como na refeição principal, ambos com uma ajuda diária de R$50,00; também para o pró labore de R$100,00 a cada artista - dois de cada uma das vertentes caiçaras - afro, guarani e europeia; para o café com garapa (açúcar mascavo), em celebração junto ao Museu de Pesca, ao menos do sorvido em bar, pelas doze sorvido

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em bar, pelas doze homenageadas. esse aberto pelo restaurante, ali vizinho, o "Tertúlia", a um canto homenageador, e aos demais partícipes de seu próprio bolso; para filmagem em vídeo e posterior publicação em blog, dos dizeres prosaicos fantásticos, prosopopeico e simples, e em textos se entregues por escrito, pois os outros dizeres seriam apenas ouvidos, para o blog do Acervo dos Escritores Santistas.

PARA QUEM: gerações atuais e futuras, ao reconhecerem a existência das anteriores e, assim como, as necessidades das vindouras.

DECLARAÇÃO DE PARCERIA:
   E em ata lavrada com assinatura de cada celebrante, de cada coletivo, em consensual aceitação, em visita antecipadamente desse autor, previamente combinada.

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