Fica em digna postura -
pra sua alma irreprimível
remar mais do que é seu barco.
Há ousadia da maré
endereçada aos ouvintes
dentre eles está você.
Pluvial água - percepção menino,
nesse fluxo está ao adentrar
no canal do estuário, longe perto -
manobra exótica como a sua,
veia para navegação do que há,
ao passar pelo deck dos sentidos.
Até umedece a aridez -
areia em próxima praia palmilha.
Disponíveis recortes mimos,
remados pelo seu barqueiro
insubmisso aos navegantes.
Dá leitura aos cem barcos nus,
pra presenciar oceano -
sentir entregue ao olhar.
Menina em salobra mistura há,
acalentado peixinho guarú,
esta evocação de limite – mar,
circunscrito nesse avizinhamento,
mas, em maré vazante vai até
se distanciar na conquista d’água
oceânica encoberta em brumas,
em vazantes e enchentes - você.
Percepção há de haver que
transcreva antologia imersa
na ausência de alguns sabores.
Já que você é homenagem,
em alquimia à transformar
versos naquela maresia.
Quebrasse inércia, Vicente de Carvalho -
de pé - fronte à dureza, jardim fomenta,
ladeado em aconchego de uns traços
benedictino-calixtos em suas águas,
mar - por ambos assistido, é atlântica
desembocadura – no céu, são lonjuras.
Mediante minha leitura,
que na rede eu sirvo a todos -
aos pressupostos mais nadantes.
Fechem essa minha janela
à nossa não cumplicidade
pra que a lua não a espie.
Ricardo Rutigliano Roque.